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terça-feira, 25 de março de 2014

Não sei fazer título nem usar vírgula

Eu gosto de escrever. Me faz bem e eu consigo me expressar melhor, consigo ouvir e entender algumas ideias e opiniões que não seria capaz de pensar sem anotar nada.
Esses dias, durante a aula de Livro Reportagem e Jornalismo Literário, o professor pediu que fizéssemos um perfil, ou seja, escrever sobre alguém que tenha uma história legal pra contar. Logo eu pensei em usar algum texto dos arquivos aqui do blog, como o que escrevi pro meu pai ou sobre um grande amigo que fiz há uns anos. Comecei a reler, mexer nos arquivos e me senti lendo textos de outra pessoa, não parecia ter sido eu que escrevi tudo aquilo. Mas ao mesmo tempo eu me sentia dentro de tudo, lembrando dos acontecimentos e encontros que renderam todas aquelas recordações, falas e decepções que eu escrevi no auge da situação.
É engraçado e ao mesmo tempo parece que eu vivi uma outra vida durante o passado. Mudou tanta coisa que nem me dei ao direito de pensar sobre isso. Sobre mim.
Durante o intervalo dessa mesma aula, entre uns cigarros e uns amigos, rolou uma discussão sobre política. Outra luz (não aquela da lâmpada de ideia, sim de um farol bem estourado) me fez perceber uma grande mudança: -- porra, é sério que eu tô falando sobre partido, comunismo, esquerda ou direita? 
E na faculdade, com amigos de idade parecida, todos na zona dos 20 e alguns, expusemos opiniões, demos risada e debochamos (a maior parte era séria, mas teve gente que achou graça de verdade) e só pude ter certeza de quanto mais eu penso sobre como estão as coisas ao meu redor, mais se torna perigoso estar aqui.
Na volta pra casa, depois de um pit stop, rolou mais conversa sobre música e ideologias (sem aspas) que abraçamos na adolescência e hoje em dia nem a banda, nem você acreditam que toda aquela revolução -- que já nos fez chorar num show dentro do Hangar 110, -- vá dar em alguma coisa.
É difícil admitir que a gente sabe demais.
E quem foi que disse que isso é bom?
A meditação ocupou o lugar das idas à psicóloga. Tem horas que sinto falta.
Era mais fácil pagar pra uma pessoa me dizer tudo aquilo que eu já sabia, do que ter que admitir sozinha que tenho preguiça de ter iniciativa.
Deve ser só um devaneio dessa vida capitalista que eu levo.
Me matriculei num curso de extensão pra aprender a criar título.
Outra coisa que parece bobagem, mas a minha chefe disse que é importante.
Ela me disse também que tenho dificuldade em usar vírgula. Ou uso demais, ou de menos.
Só não sei se tem algum curso que ensine isso. Talvez eu precise largar a faculdade e voltar pras aulas de português do ensino fundamental.
É coisa demais pra pensar. Preciso tomar uma cerveja...
Mas fica pra depois.
Ainda preciso terminar 3 matérias aqui no trabalho e decidir qual texto vou entregar pro professor.
 

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