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sábado, 14 de janeiro de 2012

Lembrar de esquecer

Eu já esqueci outros amores, outros cheiros e outros embalos. Não pode ser tão difícil.
Não há motivos para você ser diferente, se tornar apenas uma lembrança, uma carta guardada no fundo da gaveta; um amor que eu vou contar quando for mais velha e alcançar todos os planos que fizemos, sozinha.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Travessia

Me sinto fracassada. Sabe, aquelas que só conseguem escrever quando estão sofrendo. Não, não é falta de tempo. É falta de inspiração. 
2012 começou, não mentalizei nada de bom, não fiz nenhuma promessa, não desejei nada. Há algum tempo minha vida não está indo muito bem, então, fiz o que venho feito: Nada. Preferi ficar sozinha, assistindo alguma coisa com os olhos e pensando em mil outras com a cabeça. Passaram os dias, procurei ajuda. Ouvi conselhos e decidi não seguir nenhum. Me isolei, coloquei meus fones de ouvido, play, entrei no metrô. Depois de algumas idas e vindas pela linha azul, desci, segui na linha verde.
"Decorei poesias, li Kierkegaard, Nietzsche até o raiar do dia."
Depois de tanto tempo, eu realmente me encontrei. Ali, em meio do tumulto, sentada no metrô, com a música tão alta, que mal ouvia o burburinho dos ambulantes. E é sempre assim que termina. Eu, sozinha, sem aguentar conviver com a minha própria companhia; com os olhos cansados, o coração cheio de vazio, e a garganta sem ter o que falar.
Minha família não pára de perguntar se estou bem. Se tenho voltado com os remédios. Não. É sempre não.
A melhor forma de saber quem eu sou, e conseguir vencer essa maré que me engoliu, sem boias, sem saber nadar, é estando sozinha. Não preciso provar nada a ninguém. Não quero ouvir mais nada de "ah, se eu estivesse no seu lugar..." Chega. Decidi não beber, não me drogar e não fugir de mim. Não devo esquecer por um momento quem eu sou, quem eu me tornei e encarar, olhando fixamente pro espelho, que durante esses longos e errantes dezoito anos, eu sou isso. Esse alguém. Essa pessoa que se arrepende, que é cheia de alguma coisa, que busca algo que ainda-não-sabe-o-que-é.
Em 2012, eu decidi por mim mesma, traçar planos. Buscar alcançar metas e me orgulhar delas. Anotar, não fugir a regra. Pensar, parar de não me preocupar; me colocar a frente. Guardar algum dinheiro, comprar coisas que me façam alguma diferença, fazer aquele curso de especialização, não ter vergonha de sentir, lembrar de quem eu sou.
E isso não é uma promessa.
São cicatrizes que me fazem enxergar e como pele, não vão mudar.
São espécies de post-its mentais, um despertador pra realidade.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

E o cavaleiro andante

Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
Peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça

Um prazer cada vez mais raro
Aerodinâmica num tanque de guerra,
Vaidades que a terra um dia há de comer.
"Ás" de Espadas fora do baralho
Grandes negócios, pequeno empresário.


Muito prazer me chamam de otário
Por amor às causas perdidas.


Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas


Tudo bem... Até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Muito prazer... Ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas


 

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