Me sinto fracassada. Sabe, aquelas que só conseguem escrever quando estão sofrendo. Não, não é falta de tempo. É falta de inspiração.
2012 começou, não mentalizei nada de bom, não fiz nenhuma promessa, não desejei nada. Há algum tempo minha vida não está indo muito bem, então, fiz o que venho feito: Nada. Preferi ficar sozinha, assistindo alguma coisa com os olhos e pensando em mil outras com a cabeça. Passaram os dias, procurei ajuda. Ouvi conselhos e decidi não seguir nenhum. Me isolei, coloquei meus fones de ouvido, play, entrei no metrô. Depois de algumas idas e vindas pela linha azul, desci, segui na linha verde.
"Decorei poesias, li Kierkegaard, Nietzsche até o raiar do dia."
Depois de tanto tempo, eu realmente me encontrei. Ali, em meio do tumulto, sentada no metrô, com a música tão alta, que mal ouvia o burburinho dos ambulantes. E é sempre assim que termina. Eu, sozinha, sem aguentar conviver com a minha própria companhia; com os olhos cansados, o coração cheio de vazio, e a garganta sem ter o que falar.
Minha família não pára de perguntar se estou bem. Se tenho voltado com os remédios. Não. É sempre não.
A melhor forma de saber quem eu sou, e conseguir vencer essa maré que me engoliu, sem boias, sem saber nadar, é estando sozinha. Não preciso provar nada a ninguém. Não quero ouvir mais nada de "ah, se eu estivesse no seu lugar..." Chega. Decidi não beber, não me drogar e não fugir de mim. Não devo esquecer por um momento quem eu sou, quem eu me tornei e encarar, olhando fixamente pro espelho, que durante esses longos e errantes dezoito anos, eu sou isso. Esse alguém. Essa pessoa que se arrepende, que é cheia de alguma coisa, que busca algo que ainda-não-sabe-o-que-é.
Em 2012, eu decidi por mim mesma, traçar planos. Buscar alcançar metas e me orgulhar delas. Anotar, não fugir a regra. Pensar, parar de não me preocupar; me colocar a frente. Guardar algum dinheiro, comprar coisas que me façam alguma diferença, fazer aquele curso de especialização, não ter vergonha de sentir, lembrar de quem eu sou.
E isso não é uma promessa.
São cicatrizes que me fazem enxergar e como pele, não vão mudar.
São espécies de post-its mentais, um despertador pra realidade.
São espécies de post-its mentais, um despertador pra realidade.
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