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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Isso não é sobre você

Os dias estão demorando passar, a dor não é mais física. Chuveiro. Não me lembro de quantas vezes por dia. Não tenho vontade de sair, mas se fosse, com certeza seria um show, daqueles das minhas bandas preferidas. Nene Altro gritaria tudo o que eu tenho engasgado, eu cuspiria minha alma sem olhar pra trás.
Teco Martins traria paz ao meu espírito, me faria chorar e depois me confortaria com aquele abraço.
Mas hoje é Terça, o disco do Red Hot Chili Peppers já rodou mais de 23 vezes na minha playlist.
Leio e releio histórias de amor, pra ver se me encaixo em alguma delas, pra ver se isso realmente pode acontecer comigo de novo.
Está fresco. Ainda nem secou.
Se tivesse certeza de alguma coisa agora, seria tentar pegar no sono. Com todos aqueles detalhes que não precisam ser mencionados... Minha cabeça está cheia de vazio. Não sei do que estou falando, estou tentando não pensar em você.

 

When she was just a girl
She expected the world
But it flew away from her reach
So she ran away in her sleep

And dreamed of para-para-paradise
Para-para-paradise
Para-para-paradise
Every time she closed her eyes...

Cicatrizes

Nos perdemos.
Não sei ao certo quando, não sei se começamos errado, não sei.
Só sei que eu não consigo olhar pra tras sem chorar, sem lembrar de tudo o que a gente viveu. Reli seu fotolog inteiro, e da mesma forma que ele me trouxe paz, me fez lembrar das dificuldades.

Eu passei por cima de muita coisa, assim como você.
E ver que estivemos juntos durante tanto tempo, fez "pesar" e ver o quanto nossas vidas se afastaram, cadê aquelas pessoas que há quase três anos atras estavam lutando pra se ver, e hoje desligam o telefone pra evitar se falar?
Amadurecemos em tempos diferentes.
Mas preciso descobrir quem eu sou, aonde eu me perdi, aonde você me deixou.

Fui contra praticamente todos os meus príncipios, por amor, sim!
Não me arrependo de nada, só acho que você não julgou necessário tanto sofrimento da minha parte. Foi idiota? Talvez... Mas doia em mim, e isso era sempre motivo de briga.

Não dá pra apagar o passado. Eu sei disso também.
Mas não posso evitar as lembranças de algo que marcou a minha vida tanto positiva, como negativamente. Estou olhando nossas fotos, até a que eu acabei de rasgar ao ler o seu papo com a sua nova "gata". Não sei porque ainda insisto em escrever pra você. No fundo, bem no fundo, eu sei que você nunca deu a mínima. Isso nunca foi importante.

Pela primeira vez - eu confesso - não quis ouvir ninguém. Quis lembrar de como eu consigo, se pensar sozinha. Cadê a pessoa brilhante que você tanto fala? Eu não a conheço mais.
Não queria ter que te "perder" pra poder me encontrar. Não mesmo...

Hoje eu consegui te dizer coisas atravessadas há tempos.
E foi muito bom. Aquela dor e agonia sumiram. Pelo menos por enquanto.
Gostaria de te encontrar de novo daqui há uns anos. Queria poder sentar e ouvir tudo o que você viveu, as suas histórias, e acreditar cegamente nelas. Como nos primeiros meses de namoro.

Mas e agora? Temos dezoito anos, - eu, ao menos - estou cheia de dívidas e não tenho dinheiro pra quitá-las, enquanto você participa de palestras sobre investimento e administração financeira. Você, ainda mente pra mim, quer viver party hard, mas não assume, pra não me dar a mesma "liberdade".
Até quando vamos nos enganar pra fazer o outro feliz?
Eu não estou feliz. Há tempos.

Mas quando estou sozinha enquanto você joga futebol ou tem as milhares de reuniões com a banda que sempre acabam em conversas sobre mulheres, na padaria da avenida? Enquanto você se diverte, com a sua vida paralela ao nosso relacionamento, eu estou em casa. No facebook pra ser mais exata, tentando imaginar se eu sou interessante pro resto do mundo.

Se eu consigo sem você. 
Se ficar em casa esperando você me ligar e gaguejar ao dizer que não fez nada daquilo que me disse que iria fazer, que esteve em trocentos lugares com diversas pessoas e eu aqui, em frente ao computador, escrevendo sobre você, pra você ler e fingir que se interessa.

Eu desligo o telefone e tenho plena certeza que você quer viver a sua vida, à sua maneira, e me ter sempre aqui, disponível. E eu, do outro lado, penso a mesma coisa.
Quero sair, dar risada, rebaixar o meu alto nível de conhecimento falando sobre bosta, sexo, música idiota e ficando bêbada de cerveja.
Na hora do aperto, quero poder te ligar, chorar e saber que você vai ser sensível ao ponto de me encontrar e fazer o meu mundo melhor.

Não tem sortido mais efeito.
Acabaram as lamentações e suas inúmeras falas de "vai passar" não me convencem.
Deixei minha fé e minha crença pra tras. O mundo é cruel, é dificil, olha onde nós estamos? Você tenta provar pra si mesmo que não vai me ligar, pergunta a opinião de um amigo e se convence que não é o melhor a se fazer.
Flerta com uma burra fanática por futebol, planeja viajar, mas se rende numa ligação.

Não pensei em nada, nenhuma outra saída.
Eu te avisei, "tá dificil..."
Minhas lágrimas sem motivo, agora fazem sentido.
E eu não sei como lidar com isso. Vai doer, eu estou sofrendo muito.
Mas pela primeira vez em tanto tempo, preciso acreditar que vai passar e que o tempo cura.

Eu só queria ser o seu alguém pro resto da vida, mas tivemos pressa demais.

sábado, 26 de novembro de 2011

Ponto final, próxima linha, letra maiúscula

Pleasure spiked with pain
That motherfucker's always spiked with pain...



E foi assim. Do jeito que começou, terminou.
Sem esperanças, sem lágrimas. Talvez nasçam alguns arrependimentos, mas vai passar.
O quão forte eu me tornei, não há como agradecer. De tanto cair, consegui me levantar sozinha e pela primeira vez em tanto tempo, olhar pra frente e ver meu reflexo no espelho. 
Quem sou eu? No que eu me tornei?
Não sei. Ando descobrindo.
Entre noites mal dormidas com um corpo entre as pernas, ou um gole daquele destilado que faz meu estômago querer vomitar o que resta da minha alma, a conversa sobre algo que eu não sei se foi sonho ou é só mais uma de minhas inúmeras mentiras das quais eu não sei distinguir.
"Mais um pouco da velha ultra violência"
Dentre coquetéis de realidade eu me deparo com uma cabeça vazia, sentindo o meu corpo inteiro pulsar o ritmo daquela música, assim, com riqueza nos detalhes.
Mais um passo.
Dói, e vai continuar doendo.
Cicatrizes irão se formar e deixarão marcas pelo meu corpo. Eu me orgulho de cada dia levantar e ter peito pra enfrentar o que daqui pra frente será doloroso.




quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sobre felicidade

Tem dia que é foda. Nada tira da minha cabeça a vontade de correr pra longe e alcançar algo-que-não-sei-o-que-é.
Eu demoro pra dormir, vejo as horas passarem e quando abro os olhos já são nove-e-pouco da manhã, a Ana Maria Braga está estampada na televisão e eu não tenho a mínima vontade de levantar e encarar a rotina de não fazer nada o tempo todo.
Ouço conversas alheias e sempre acho que estou envolvida, sem ao menos conhecer metade das pessoas. Tento achar algum eixo onde eu me encaixe e a minha vida não pareça esse mar em dia de tempestade; com ondas fortes e sem ninguém para admirar.
Tenho vontades demais, não sei demonstrar interesse, ora quero muito, ora pareço não ligar. Zapeio os canais, assisto por horas aquele canal de compras. Vejo o quanto é simples ser feliz, para algumas pessoas. Com uma ligação, você compra um triturador de alimentos ou um equipamento que te faz perder oito quilos em duas semanas. 
Isso não me serve. 
Queria poder comprar, nem que fosse em grãos, algo que me faça sentir.
A bebida não faz mais efeito. As companhias sempre salvam. Conversas até o dia nascer têm me feito bem. Mas ainda falta algo. Sempre vai faltar, eu sei. "Nós nunca estamos satisfeitos" - você tem razão, vó.
Estou em busca. Sempre à frente. 
Dou algumas voltas, caio, levanto. Posso me arrepender. Mas passa, sempre passa.
A vida é de fato uma faca de dois gumes.
Eu sei que vou me cortar, não importa como eu a use.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Que passe, e passe logo

É como um trem. Devagar, cheio de gente e com longas paradas. Sem nenhum destino, eu vago dia após dia, sem certeza de absolutamente nada e ao mesmo tempo, buscando ponto firme em tudo.
Não sei quando fiquei assim, sequer sei até quando eu era ingênua e me contentava com qualquer coisa, sem questionar a existência de tudo e guardando lembranças que hoje já não significam nada.
Ontem, eu finalmente pude me dar conta que algo morreu, - algo não, alguém - e foi bom. Alguns quilos a menos pra eu suportar, uma lembrança a menos na cabeça e dezenas outras pra colocar no lugar.
O que eu sou, de onde eu vim e pra onde eu vou? Por que não ser como as outras, espalhafatosas, gostosas e lindas, por tras daquela maquiagem e todo aquele loiro no cabelo; por que não se preocupar com qual roupa vestir ou sapato calçar ao invés de criar teorias que me façam acreditar em algo.
O que eu estou fazendo aqui? Perdendo tempo tentando saber demais e sofrendo por me arrepender de tanta burrada, por não saber me portar e sendo colocada pra baixo, sem nenhum impulso, sem forças nas pernas para levantar, por não saber pra onde ir ou pra quem dar a mão e pedir ajuda.

Gritos mudos, palavras que se apagam junto com históricos. Mentiras ainda tão recentes, marcas que custam a cicatrizar. Eu me deixei levar, eu permiti que isso acontecesse; e agora, como dar um basta? Como provar pra mim mesma que eu não preciso de uma cruz pra provar pro mundo que eu posso. Meu pai não é deus, não quero ser exemplo. Venha Judas, me beije. Pedro, diga que não me conheces. E Pôncio Pilatos, me julgue. 
A próxima estação está chegando, não sei usar os freios, não tenho direção a seguir e a dança está prestes a começar.

"Sem muita idéia.
Traz esse bicho aqui.
Traz ele vivo que eu quero comê-lo gritando.
Grudar meus dentes na jugular.
Arrancar as tripas com os dedos.
Me traz esse bicho agora.
Quero misturar a saliva de minha boca com seu sangue.
Quero que a sujeira de meus dentes infeccione sua alma.
Me traz esse demônio desgraçado. (...)" -
Nene Altro
 

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