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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cicatrizes

Nos perdemos.
Não sei ao certo quando, não sei se começamos errado, não sei.
Só sei que eu não consigo olhar pra tras sem chorar, sem lembrar de tudo o que a gente viveu. Reli seu fotolog inteiro, e da mesma forma que ele me trouxe paz, me fez lembrar das dificuldades.

Eu passei por cima de muita coisa, assim como você.
E ver que estivemos juntos durante tanto tempo, fez "pesar" e ver o quanto nossas vidas se afastaram, cadê aquelas pessoas que há quase três anos atras estavam lutando pra se ver, e hoje desligam o telefone pra evitar se falar?
Amadurecemos em tempos diferentes.
Mas preciso descobrir quem eu sou, aonde eu me perdi, aonde você me deixou.

Fui contra praticamente todos os meus príncipios, por amor, sim!
Não me arrependo de nada, só acho que você não julgou necessário tanto sofrimento da minha parte. Foi idiota? Talvez... Mas doia em mim, e isso era sempre motivo de briga.

Não dá pra apagar o passado. Eu sei disso também.
Mas não posso evitar as lembranças de algo que marcou a minha vida tanto positiva, como negativamente. Estou olhando nossas fotos, até a que eu acabei de rasgar ao ler o seu papo com a sua nova "gata". Não sei porque ainda insisto em escrever pra você. No fundo, bem no fundo, eu sei que você nunca deu a mínima. Isso nunca foi importante.

Pela primeira vez - eu confesso - não quis ouvir ninguém. Quis lembrar de como eu consigo, se pensar sozinha. Cadê a pessoa brilhante que você tanto fala? Eu não a conheço mais.
Não queria ter que te "perder" pra poder me encontrar. Não mesmo...

Hoje eu consegui te dizer coisas atravessadas há tempos.
E foi muito bom. Aquela dor e agonia sumiram. Pelo menos por enquanto.
Gostaria de te encontrar de novo daqui há uns anos. Queria poder sentar e ouvir tudo o que você viveu, as suas histórias, e acreditar cegamente nelas. Como nos primeiros meses de namoro.

Mas e agora? Temos dezoito anos, - eu, ao menos - estou cheia de dívidas e não tenho dinheiro pra quitá-las, enquanto você participa de palestras sobre investimento e administração financeira. Você, ainda mente pra mim, quer viver party hard, mas não assume, pra não me dar a mesma "liberdade".
Até quando vamos nos enganar pra fazer o outro feliz?
Eu não estou feliz. Há tempos.

Mas quando estou sozinha enquanto você joga futebol ou tem as milhares de reuniões com a banda que sempre acabam em conversas sobre mulheres, na padaria da avenida? Enquanto você se diverte, com a sua vida paralela ao nosso relacionamento, eu estou em casa. No facebook pra ser mais exata, tentando imaginar se eu sou interessante pro resto do mundo.

Se eu consigo sem você. 
Se ficar em casa esperando você me ligar e gaguejar ao dizer que não fez nada daquilo que me disse que iria fazer, que esteve em trocentos lugares com diversas pessoas e eu aqui, em frente ao computador, escrevendo sobre você, pra você ler e fingir que se interessa.

Eu desligo o telefone e tenho plena certeza que você quer viver a sua vida, à sua maneira, e me ter sempre aqui, disponível. E eu, do outro lado, penso a mesma coisa.
Quero sair, dar risada, rebaixar o meu alto nível de conhecimento falando sobre bosta, sexo, música idiota e ficando bêbada de cerveja.
Na hora do aperto, quero poder te ligar, chorar e saber que você vai ser sensível ao ponto de me encontrar e fazer o meu mundo melhor.

Não tem sortido mais efeito.
Acabaram as lamentações e suas inúmeras falas de "vai passar" não me convencem.
Deixei minha fé e minha crença pra tras. O mundo é cruel, é dificil, olha onde nós estamos? Você tenta provar pra si mesmo que não vai me ligar, pergunta a opinião de um amigo e se convence que não é o melhor a se fazer.
Flerta com uma burra fanática por futebol, planeja viajar, mas se rende numa ligação.

Não pensei em nada, nenhuma outra saída.
Eu te avisei, "tá dificil..."
Minhas lágrimas sem motivo, agora fazem sentido.
E eu não sei como lidar com isso. Vai doer, eu estou sofrendo muito.
Mas pela primeira vez em tanto tempo, preciso acreditar que vai passar e que o tempo cura.

Eu só queria ser o seu alguém pro resto da vida, mas tivemos pressa demais.

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