Parece frescura, eu sei, mas eu sou assim desde que consigo lembrar.
Não sei se existiu alguma interferência na minha criação ou se nasci com essa característica. A realidade é que eu sou Metódica, com m maiúsculo. Preciso ter o controle das minhas coisas. Da minha agenda, do meu guarda-roupa, dos meus dvds, do meu quarto. Dito isso, é previsível que o momento em que eu perco o chão é quando não consigo controlar ou organizar alguma coisa. E isso acontece com certa frequência, mas não é nada físico, é a minha própria vida. Mas eu só dou conta quando me pego olhando as estrelas em cima da minha cama, me perguntando: "porra, e agora?".
Eu, sempre segura de mim mesma, também perco a direção e recorro a alguém. No caso, é sempre o mesmo alguém. É a pessoa que sabe de cada detalhe das minhas manias, dos meus passos e percebe antes de mim quando estou prestes a soltar a mão do volante.
Me conheceu numa época estranha, de mudança, de descobertas e sobreviveu a todas as tempestades. Resistiu, me deu a mão, me abraçou, me salvou de mim. Eu queria ter ele emoldurado na minha parede, protegido por um vidro em que eu pudesse quebrar em caso de emergência, no caso de eu não conseguir esticar o lençol da minha cama ou me apaixonar.
Ao invés disso, mesmo que eu abrace ele menos do que eu gostaria e pague mais cervejas do que deveria, eu sei que ele vai me colocar na razão. Eu sei que ele vai me ligar enquanto eu estiver dormindo e mesmo de mau humor, eu vou rir, vou me sentir segura e vou entender que por mais que eu queira, eu não vou ter o controle de tudo. Que eu preciso de um amigo que segure a minha mão e, por que não, as minhas lágrimas.
Fofe, espero ser pra você pelo menos metade do que você é pra mim.
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