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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Teorias

Foto por Jéssica Mantovani Lazzari - sabedoriaefemera.blogspot.com/

Ela sempre acreditou em destino. Olhando para as estrelas, conseguia enxergar toda a sua vida dali pra frente, seu futuro promissor. Nas tardes de outono, sentava-se no ladrilho e repensava sobre tudo o que lhe causa dúvidas: O amor, a mentira, o desprezo, a incerteza; e até ele, o destino. Naquele mesmo lugar, voavam algumas borboletas sob as folhas caídas no jardim. O mesmo jardim daquela árvore que ela havia talhado duas siglas em seu tronco. Como acontece nas cenas romanticas de filmes antigos, que ele tanto gostava de assistir. Ah, ele… o causador das dúvidas dela. O culpado das estrelas, das borboletas e daquela árvore. Lembro-me de ver eles por muitas vezes num ponto de ônibus, sempre depois das onze horas da noite. Achava estranho todas aquelas risadas… Pareciam ser feitos um pro outro. Embora ele não acredite em alma gêmea, nem em destino.
Talvez o acaso tenha dado o ar de sua graça por muitas vezes naquelas noites frescas em que eu os via. Não sei ao certo explicar, mas creio que o meu cachorro adorava aquele casal. Dizem que os animais veêm atraves das pessoas, não é mesmo? Olhando da sacada, pude ver o dia em que eles pararam e brincaram com o Spyke. Ele parecia ver algo que eu não tinha visto.
Sei que alguma força maior unia aqueles dois. Poderia ser o destino ou o acaso… Na verdade eu nunca soube. Não tive tempo para descobrir. Há mais de um ano não os vejo mais no ponto de ônibus, nem passando por aqui. Teve ter acontecido algo. Esse negócio de amor, sempre dá errado. E as pessoas sempre dizem que o tempo tudo cura. Pra mim não. Ele só coloca um pano em tudo, pra fazer esquecer algo que sempre estará presente dentro da gente.
Maldito destino. Maldito acaso. Malditas palavras que nunca foram ditas. 

Nós dois temos os mesmos defeitos, sabemos tudo a nosso respeito. Somos suspeitos de um crime perfeito, mas crimes perfeitos não deixam suspeitos…

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Quem é amendoim, nunca será noz

Foto por Stefanny Silva - flickr.com/photos/ste_silva/
Eu não sei esconder. De fato, a menina de alguns anos atrás, fosse necessária hoje. Firme e decidida, com seus dezesseis anos, achava que sabia tudo sobre a vida. Hoje, com dezoito, dois anos mais velha, mais experiente, mais surrada; vê que conselhos de si mesma seriam úteis.

Sempre me camuflei, chorava escondida. Alguns meses depois, toda essa "dor reprimida" gerou uma espécie de depressão que comia pouco a pouco meu cérebro. Remédios e tratamento, conversas com a psicóloga... Tudo isso aliviou. Depois de algum tempo, eu recebi alta: doze quilos mais gorda, com a auto estima no chão... mas com diagnóstico ótimo.
Eu sabia que no fundo, aquela dor que eu sentia não era só física. A cefaléia poderia até não voltar, mas a dor presa na minha garganta, sem poder vomitá-la, essa sim, me acompanharia durante muito tempo.
E foi assim. Um ano mais tarde, eu perdi tudo. O emprego, algumas amizades, a estima. Ganhei muitos tombos, alguns amantes, - talvez até paixões, que não passaram de uma noite, ou algumas horas - um porre aqui, outro acolá, mas no balanço geral, eu saí perdendo.
Eu não tenho mais aquele ombro que se encaixa perfeitamente no meu queixo. 

Posso dizer que eu tenho sido forte o suficiente pra não ligar, não me olhar no espelho e apenas acender um cigarro. Ele que me traga. Suga de mim toda essa podridão e solta com aquela fumaça branca... Vejo a minha alma saindo de mim, o pouco que ainda me resta, ela sai, sem se despedir, assim como você foi embora.
Na bebida, eu encontro uma companheira. Ela não me abandona, dança comigo a noite inteira, me leva prum hotel, me dá uma noite maravilhosa. Mas o problema, é que ela não me liga de manhã.
Voltando pra casa, eu caio algumas vezes. O bom é que eu não sinto nada. A dor de dentro é maior. A vontade é estourar a minha cabeça na parede pra dor externa se sobressair...
Encontro alguns amigos, ouço algumas piadas, recebo abraços. Mas no final, sempre é o mesmo assunto. Todos se preocupando comigo, querendo saber se eu já te esqueci, se tenho falado com você. A resposta é sempre não.

Não sei onde me encontrar de novo. Talvez eu tenha me perdido quando te conheci. Ou foram efeitos do remédio, como saber? Eu queria ser como as outras, mas quando você deixa de acreditar em algo, não há como voltar a crer, é como o Papai Noel.
Eu poderia listar as minhas treze razões para acabar com tudo (na verdade, são até menos) e não dá pra recomeçar, sem terminar. Não aguento mais a minha mãe preocupada comigo, marcando consulta com o neurologista, com medo de eu voltar aos remédios. Mal ela sabe, mas esse é o menor dos problemas.
Mais 24 horas.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Conselho pra si mesmo

A gente não vive e também não morre de amor.
Foi a primeira, mas não vai ser a última vez.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Trabalhando num bom título

Foto por Well Lobo - http://www.flickr.com/photos/ste_silva/

E ela é assim. 
Oito ou oitenta. Chora, grita e não encontra razões para absolutamente nada. Meio Madalena, meio Mônica, o que menos vê é o fundo da própria alma. Tem poucos amigos, é mal humorada e tem fama de estúpida dentre os demais. Não faz questão de fazer social, é preguiçosa mas quer conquistar o mundo.
Ariana, mas não acredita em signo. É tão maldita que não crê nem em deus. É daquelas que faz piada com tudo, tem o humor ácido. A consciência dói com poucas atitudes, e a maioria das vezes são com maus tratos a animais.
Tem repulsa de gente que não assume as vontades. Se arrepende sempre de demonstrar demais, e quando tenta manter a racionalidade, afasta. Tem só dezoito, mas pode fazer o seu mundo girar.
Gosto musical variado. Não tem frescura pra comida. Fala de sexo com naturalidade. A vida tem tanto a oferecer, pra quê se apegar a apenas uma opção...
Frequenta bares, gosta de cerveja barata e muita gente em volta. Fala pouco, aprendeu a ouvir. Divide experiências, não confia com facilidade. Lava o espírito em shows de bandas independentes, prefere casas de shows pequenas, com ingresso barato e não tem medo de moshar.
Extremista.
Quantas vezes perdeu oportunidades por não ter meio termo.
Se envolve até o último fio de cabelo, gosta dos detalhes, café só se for com leite, beijos com gosto de sono. Hotéis baratos nas redondezas, fast food nos finais de semana e um bom abraço já é o suficiente.
Tira as próprias conclusões, pensa rápido, dificilmente muda de idéia.
O príncipe não existe, traça o próprio conto de fadas e prefere livros à revista Veja.
Quer mudar o mundo, e pra isso, tenta se reinventar toda manhã.
Não tem habilidade com números, mas sabe contar mais de mil histórias.
E ela é assim: Não há como definir, não há como conhecer por completo.
Se você gosta de viver com aventura, essa é uma das boas.


Tenho desejos demais, covardia pra quê?
- Rancore 5:20

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011



Hoje é terça-feira
E o céu se põe debaixo do tapete
Um tesouro
Eu não acredito, eu não acredito, eu não acredito, eu não acredito não

Só acredito no semáforo
Só acredito no avião
Eu acredito no relógio
Acredito no coração
...
 

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